quarta-feira, 21 de outubro de 2015
15. Venturis Ventis
Venturis Ventis
Por que todos parecemos não saber
Pra onde ir e o que fazer?
A escuridão que se anuncia
Apenas os loucos parecem reconhecer
Apenas os homens lobos dos homens
Parecem sobressair neste entardecer
E neste momento crítico, eu não sou o único
A procurar sentidos e meus companheiros
Avenidas cheias de carros vazios
Ruas vazias cheias de medo
Bolsos vazios, mãos estendidas
Pratos vazios cheios de fome
Corpos bem vestidos cheios de frio
Olhares vazios, cheios de tudo
Milhares de corpos que em silêncio se cruzam
Todos nos perguntamos: até quando?
Façamos os mundos possíveis
E das cidades comunidades viáveis
Cantemos os cantos populares
Dos povos que aqui vivem e dos além-mares.
Quem concordou com este circo de horrores
De seres que se julgam superiores
Pela cor da pele, conta no banco
Pelo acesso ao conhecimento humano
Será que não percebem a natureza do trabalho
E o sentido do saber científico
Temos todos igual direito aos mesmos recursos
Somente os covardes se escondem nos privilégios
Lembremos dos povos que tentaram
E dos povos que tombaram tentando
Dos povos na Primavera de Praga
E dos povos na Primeira Intifada
Lembremos dos povos Quilombolas,
Saibamos que a hora é agora
Organizemos as massas
Com as armas da psicologia
Antes que os povos nas praças
Na auto-organização coletiva
Livremente decidam
Os rumos de suas vidas!
Como se valora o ar que se respira,
Os corpos d’água que nos dão vida
O tempo de trabalho de quem extrai o minério
De quem funde e monta a indústria do mistério
E o tempo livre pra poder amar
E a liberdade de viver como se quer
Dizem que pelo ouro por ser raro
Pelo dólar e as leis de mercado
A farsa desta narrativa
É persistente, mas não me ilude
Quando nasci não assinei nenhum contrato
E depois de morto levo nada comigo.
Com todas as tropas, ocupemos
As mentes desses humanos
Semeemos o pranto aos sete ventos
Antes que brote em todos os cantos
Na autodeterminação dos povos
A sede de sangue tirano
Quando surgirão povos soberanos!
Convido a cantar para o amanhecer
Que será para mim e pra você
O amanhecer do dia que virá
Gestado na noite que vemos morrer
É filho de Iansã, que Maíra enviará
Sol da manhã que fará florescer
A rosa do povo, do humano novo
Quem viver verá, virá o amanhã
A sorte pode não estar ao nosso lado
Mas a humanidade há de se dar os braços
A humanidade, esta ideia tão vaga
Saibamos que ela ainda está por ser construída
Lembremos de nosso tempo tão curto
E lutemos pelo parto do futuro
Cantemos aos ventos que virão
Os ventos que sopram, estes passarão.
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