quarta-feira, 21 de outubro de 2015
03. Nove de Hydra
Nove de Hydra
Enquanto girar o tabuleiro do super-sistema financeiro
O mercado segue sem receio no investimento que não faz rodeios
Enquanto o mundo for um espelho opaco em que não me vejo
E da face em que não me reconheço a insistência de que tudo tem um preço:
Um beijo, um gesto de amor, a hidrelétrica e a pena capital
Pois, o homem vale sua oferta na procura pelo seu final
Continuamos a vagar no pasto
Do vasto mundo do consumo
Sei que ainda será belo o absurdo
Do castelo de cartas marcadas
Com o mundo sobre minhas costas
E a espada sobre a minha cabeça
Pra enfrentar as nove de Hydra
E matar um leão por dia
Enquanto meu canto estiver preso na garganta pela contingência
E a ciência não sai da minha caneta enquanto eu me perco no que escrevo
Enquanto eu vejo isso tudo e fica tudo por isso mesmo
Vou viver por apenas um segundo e será uma vida sem apreço
Eu tive peso na consciência
E tive medo da doença
Quando eu estive fraco
E alimentei a indústria do tabaco
Com o mundo sobre minhas costas
E a espada sobre a minha cabeça
Pra enfrentar as nove de Hydra
E matar um leão por dia
Enquanto eu girar no tabuleiro e ficar tudo por isso mesmo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário