quarta-feira, 21 de outubro de 2015
02. Tudo Em Seu Lugar
Tudo Em Seu Lugar
Os sonhos estão nas padarias
Os pretos nas periferias
Os jovens estão nas passeatas
Os pobres nas filas das catracas
Os ricos têm contas nos bancos
Os ricos são quase sempre brancos
Os mendigos estão no chão da praça
As flores, então, são ameaças
As crianças habitam estas ruas
As mesmas em que habitam as prostitutas
Todos disputam o raro espaço
Mediados pelas cores dos semáforos
Tudo está em seu lugar
Na mais (im)perfeita harmonia
Tudo está em sintonia
É a democracia
(Nas balas de borracha)
Os índios estão carbonizados
As mulheres e os gays, espancados
Os religiosos estão todos salvos
Nós arderemos no inferno
Todos existem, não são tão mitos
E também os que não foram ditos
Tudo a girar e a fila anda
Nessa ciranda corporativa
Veja, é a destruição criativa
São as balas
(nas bocas das crianças)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário